sábado, 17 de maio de 2014

Lendas do Knicks - #33 Patrick Ewing


Nome: Patrick Aloysius Ewing
Posição: C (Center - Pivô)
Altura: 7'0 (2,13 cm)
Draft: Draftado pelo Knicks com a 1st pick no draft de 1985
Médias com o Knicks: 22.8 PPG, 10.4 RPG, 2.7 BPG, 2.0 APG, 1.0 SPG, 50% FG, 74% FT.

Honras: 1985-86 Rookie of the Year & All-Rookie Team, 11x NBA All Star, 7x All-NBA Team, 3x All-Defensive Team. Eleito para o Hall da Fama do basquete. Maior número de pontos marcados pelo Knicks. Seu número, o 33, foi aposentado pela franquia. Eleito como um dos 50 melhores jogadores da história da NBA.

Em 1985, a NBA usou pela primeira vez a famosa "loteria de draft", feita para impedir que os times perdessem de proposito para conseguir a primeira escolha. A solução da NBA pode não ter sido a melhor possível, mas a preocupação era fácil de entender. Um pivô de Georgetown estava conseguindo todos os prêmios da NCAA (incluindo dois de melhor jogador da Big East, o de melhor jogador do Final Four e claro, o campeonato de 1984), com médias incríveis e mostrando um talento para jogar perto da cesta incomum até aos melhores da época. Esse pivô é muito conhecido por nós, torcedores do Knicks, hoje. Consegui-lo seria a certeza de uma mudança de direção para qualquer franquia.

O Knicks vinha mal. Bernard King fazia 32 pontos por jogo com a naturalidade que respiramos, mas mesmo assim não conseguia levar vitórias para o time. Todos pensavam que uma presença forte no garrafão resolveria o problema, já tendo uma ótima opção de pontuação em King. A torcida ficou eufórica com a escolha de Ewing - algo que pode ser mostrado pelos presentes no Felt Forum no dia do draft - e ninguém poderia culpá-los por isso. Mas as lesões de King, que o fizeram perder praticamente as próximas duas temporadas, impediram qualquer chance de sucesso nesse período. É duplamente triste, levando em conta o talento dos dois.

Mas precisávamos seguir em frente. Em 1987-88, já com a ajuda de Mark Jackson à Ewing e Gerald Wilkins, o Knicks finalmente voltou aos Playoffs. Ewing já mostrava que não estava de brincadeira, e teve médias de 18.8 pontos, 12.8 rebotes, 3.3 blocks, 2.5 assistências e 1.5 roubadas de bola. Foi uma visita rápida, é verdade, mas também seria a primeira de 15 aparições consecutivas.

Uma temporada de 52 vitorias e o título da Divisão Atlântico nos esperava a seguir (nem preciso dizer que a presença de Charles Oakley também fez diferença, né?). O time começou a realmente competir nos Playoffs, Ewing começou a mostrar todo o seu talento - apesar de ótimas, as médias de 22.7 pontos e 9.7 rebotes, com 57% FG, não foram as melhores da carreira de Ewing, por isso só começando -, mas basta dizer que o time cedeu 112 pontos por jogo que é óbvio que não parece o melhor Knicks da época, certo?

O time tentou fazer algumas mudanças, como contratar Maurice Cheeks. Mas isso não ajudou muito. Apesar de eliminar o Celtics nos Playoffs daquela temporada (que contou com uma bola de três sensacional de Pat), o time perdeu mais jogos e acabou sobrecarregando Ewing, que respondeu muito bem, com médias que beiravam os 30 pontos e 11 rebotes, tanto na temporada regular quanto na pós-temporada, apesar da eliminação na fase seguinte.

A temporada a seguir foi um alerta. O Knicks voltou a perder mais jogos que ganhar depois de muito tempo, e pela primeira vez em 7 anos um jogo de Playoffs em New York não foi completamente lotado. O time estava perto de perder o seu melhor jogador, o que fez o presidente Dave Checketts dar uma declaração ao NY Times dizendo que: "prefiro construir um time ao redor de Ewing que o trocar por vários jogadores". Algo precisava ser feito. Nada mais de John MacLeod ou Stu Jakcson como técnicos, precisávamos de uma mudança de perspectiva, de estilo. De uma nova tática.

Muitos jogadores foram trocados e, felizmente, Ewing não estava entre eles. Xavier McDaniel e Anthony Mason, junto com o melhor entrosamento de John Starks, caíram como uma luva para a estrategia defensiva de Pat Riley. A equipe cedeu apenas 97.7 pontos por partida e voltou ao caminho das vitorias, trabalhando pesado por cada jogo. A diversão voltou ao Garden; as 51 vitorias, e os 24 PPG e 11.2 RPG de Ewing eram provas disso.

E dias melhores ainda viriam. 60 vitorias, 95.4 pontos cedidos por partida (melhor defesa da NBA), o título da Divisão Atlântico e uma final de conferência, mais precisamente. 1993 foi um ano bom, a torcida compareceu (não que isso fosse novidade), mas o time parou no Bulls. Isso foi uma bela decepção, mas mudaria em breve.

Havia uma esperança por 1994 em cada torcedor Knickerbocker. Músicas foram feitas, o Garden ficou lotado diversas vezes e a euforia da torcida contagiava. Tudo com um objetivo, claro: apoiar o Knicks. Os vizinhos de New Jersey foram os primeiros adversários, eliminados em quatro jogos. Aí, enfrentaríamos o Bulls novamente.
Previsão bem confiante de Ewing antes da série.
Acredito que ninguém esperava uma série fácil. Cada time ganhou os jogos em casa, contando com lances polêmicos - apesar de decisões certas, em minha opinião - como a falta de Pippen em Hubert Davis no jogo 5. Mas estávamos de volta ao Madison Square Garden para um decisivo jogo 7. O Knicks foi para o intervalo um ponto a frente, mas muito graças a Oakley, que foi o principal jogador do time, enquanto Ewing ficou zerado. Era um jogo decisivo em um 2° tempo mais decisivo ainda, será que Patrick continuaria assim? A resposta é óbvia: claro que não. Ele voltou bem melhor do intervalo, terminando o jogo com 18 pontos, 17 rebotes e 6 assistências, trazendo uma comemoração épica para a torcida.

E então, o Pacers. O mesmo adversário (de quem ganhamos) do ano anterior. Em todos os confrontos entre Knicks e Pacers, o ganhador do primeiro jogo saiu vitorioso da série. Então, o NYK ganhou o primeiro jogo por 100 a 89. Passamos por um momento difícil depois de perder o jogo 5 em New York. Indiana poderia decidir em pleno Market Square Arena. Colocaram a culpa em Spike Lee (não, isso não é invenção minha), que foi "salvo" pela ótima atuação de John Starks no jogo 6. Voltando a New York para o jogo 7, tudo ficou mais fácil. Claro que fácil para os padrões do Knicks da década de 90 é uma vitoria por 4 pontos, com direito a 24 pontos, 22 rebotes, 7 assistências e 5 blocks de Ewing, mas tudo bem. Estávamos na final.

Muita coisa impediu que aquele título viesse. Claro que é natural culpar John Starks por aquele último arremesso, mas muita coisa nos impediram de sair vitoriosos, mesmo que tenha sido por tão pouco. Enfim...

O time tinha que voltar a luta. Mais uma boa temporada, seguida por uma série cheia de erros contra o Pacers nos Playoffs . De 1995 a 1997, o Knicks só perdeu um jogo na 1° rodada, o problema é o que acontecia depois dali.

Precisávamos nos vingar pela derrota polêmica de 1997 para o Heat na 1° rodada (não vou entrar em detalhes do porquê a série foi duvidosa, mas você pode ler um excelente texto sobre isso clicando aqui). O elenco era completamente diferente daquele de 1994. Jogadores como Allan Houston e Larry Johnson faziam companhia para veteranos como Ewing e Oakley. Como era de se esperar de uma série entre Knicks e Heat, ainda mais sem poder contar com a presença de Ewing em nenhuma das partidas, todos os jogos possíveis foram necessários. O jogo decisivo foi bom, relativamente fácil (se você esquecer uma reação do Heat que cortou uma vantagem de 20 pontos para 2), e passamos.

Mas Ewing não estava 100% e teve que jogar na próxima fase, mesmo ainda estando em estado de recuperação da lesão sofrida na temporada regular. Seu esforço foi admirável, mas em vão.

A temporada de 1999 seria menor, por causa do locaute. Naquela época Ewing já tinha 36 anos, e ser o presidente da associação dos jogadores o impedia de treinar. Depois de perder uma temporada por uma lesão no pulso, não parecia a melhor opção. O Knicks tratou de reforçar o elenco, trazendo Sprewell e Marcus Camby. Perder Oakley e Starks nessas trocas fez o time ir atrás de Kurt Thomas. E essa provavelmente foi a temporada mais dramática da carreira do agora único remanescente do time de 1994.

Depois de ficar meses em reuniões, já fora do auge e com um elenco novo, não foi fácil para o pivô, que chegou a precisar jogar três jogos em três noites. Mais drama veio com mais uma lesão de Ewing, e, na verdade, o que não faltou naquela temporada foi drama.

Ewing participou de apenas 11 (dos 20) jogos da brilhante pós-temporada daquele ano, a maioria deles no esforço. Ele não parou de perder jogos também na temporada 1999-00 - apesar de jogar 62 partidas -, e isso deve ter sido um dos motivos para a troca do jogador. Foi o fim de uma Era.

Não vale a pena discutir os motivos que fizeram aquela troca acontecer. Já aconteceu, e considerando a carreira e a importância do jogador para a franquia, existem milhares de assuntos melhores sobre ele para discutir.

Patrick Ewing é, sem dúvida nenhuma, um dos melhores da história do Knicks. Sua importância para a franquia foi gigante, assim como o seu legado. Isso não vai ser mostrado apenas com um número aposentado, homenagens, documentários ou um texto como esse, mas algo precisava ser feito.

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